O duelo entre Espanyol e Valencia foi um verdadeiro espetinho de emoções na tarde de 23 de setembro. Logo aos 15 minutos, Arnaut Danjuma recebeu um cruzamento perfeito e, com categoria, colocou a bola nas redes, dando aos visitantes a vantagem inicial. O gol foi resultado de um voleio bem trabalhado que deixou a defesa do Espanyol sem respostas.
Na metade do primeiro tempo, o Valencia pressionou e tentou ampliar a vantagem, mas o goleiro Dmitrovic fez duas intervenções decisivas, evitando que o placar se alargasse ainda mais. O intervalo chegou com 1 a 0 no placar e o torcedor do RCDE Stadium já sentia a ansiedade no ar.
No segundo tempo, a reação do time da casa foi imediata. Aos 59 minutos, Leandro Cabrera, zagueiro de origem, subiu pelo canto esquerdo e cabeceou firme após um escanteio bem cobrado, acertando o canto da rede e restaurando o empate. O estádio explodiu em comemoração, e a energia mudou completamente.
Três minutos depois, o Valencia voltou a tomar a dianteira. Hugo Duro recebeu um passe filtrado na área, driblou o goleiro entre duas pernas e finalizou no canto inferior direito, deixando Dmitrovic sem chances. O gol, que chegou aos 62 minutos, parecia selar a vitória visitante.
O que ninguém esperava foi o capítulo final da partida. Nos acréscimos, exatamente aos 96 minutos, Javier Puado – capitão, ídolo e grande referência do Espanyol – recebeu um passe curto na entrada da área, girou o marcador e disparou forte, embalado pela torcida. O gol não apenas empatou, mas ainda trouxe uma sensação de justiça para os fãs locais.
Além dos quatro gols, a partida teve momentos de defesa excepcional. O goleiro do Valencia, ainda não mencionado, realizou duas defesas de reflexo que mantiveram seu time na disputa. Por outro lado, a linha defensiva do Espanyol, formada por Cabrera, Riedel, Romero e El Hilali, mostrou solidez em momentos críticos, dificultando o avançar dos contra-ataques valencianos.
Do ponto de vista tático, o Valencia iniciou o jogo com uma postura de bloqueio alto, tentando explorar a velocidade de Danjuma nos contra-ataques. O esquema previsível acabou sendo neutralizado quando o Espanyol pressionou alto, fechando os espaços nas laterais e forçando erros de passe.
Já o Espanyol adotou um 4‑3‑3 que, na prática, funcionou mais como um 4‑5‑1 ao longo da partida. O trio ofensivo Garcia‑Puado‑Dolan alternou entre pressões constantes e infiltrações pelos flancos, gerando oportunidades que culminaram nos gols de Cabrera e Puado. A presença de Exposito e Lozano no meio‑campo foi crucial para a transição rápida da defesa ao ataque.
O Valencia, por sua vez, utilizou um 4‑2‑3‑1 com foco em transição rápida. Hugo Duro e Danjuma foram as peças‑chave do plano de ataque, mas a dependência de contra‑ataques deixou lacunas que o Espanyol soube explorar, especialmente nas bolas paradas.
Em termos de classificação, o empate mantém o Espanyol na quarta posição, com 11 pontos após seis rodadas – ainda invicto em casa (três vitórias). O desempenho reforça a ideia de que o time pode ser um dos favoritos ao título, desde que continue a capitalizar seu forte fator casa.
Para o Valencia, o ponto ganho eleva a pontuação para 5, ainda muito distante da zona de classificação para a Libertadores, mas crucial para fugir da zona de risco de rebaixamento. O técnico valenciano tem enfatizado a necessidade de pontuar fora, e este empate demonstra que, apesar das dificuldades, a equipe consegue ser competitiva em ambientes adversos.
Os torcedores, por sua vez, viveram um verdadeiro show de emoções. No intervalo, a torcida cantava “Vamos, Espanyol” e, ao final, a explosão de bandeirinhas e cânticos ao som do grito de “Puado, Puado!” tornou-se a trilha sonora do estádio. Pequenos grupos de fãs do Valencia, ainda nas arquibancadas, aplaudiam o esforço dos jogadores, reconhecendo a bravura dos visitantes.
O próximo confronto do Espanyol será contra o Athletic Bilbao, partida que pode confirmar se a equipe está pronta para assumir a liderança da zona de classificação. Enquanto isso, o Valencia se prepara para enfrentar o Sevilla, um adversário que exige ainda mais disciplina defensiva.
O que ficou claro é a imprevisibilidade que a La Liga oferece a cada rodada. Times que aparentam estar em crise podem gerar momentos épicos, como o gol de último minuto de Puado, enquanto equipes bem estruturadas podem ser surpreendidas por falhas defensivas em momentos críticos. Esta partida, portanto, ficará na memória dos fãs como um dos jogos mais empolgantes da primeira metade da temporada de 2025‑2026.