Pouca coisa mexe mais com a emoção de uma equipe do que chegar à última rodada da fase de grupos precisando vencer para não dar adeus precocemente ao torneio. Foi com esse sentimento que o Monterrey entrou em campo diante do Urawa Red Diamonds, no clássico Rose Bowl, na Califórnia. Para os japoneses, o confronto serviu apenas para cumprir tabela, já que dois tropeços anteriores sepultaram as chances matemáticas dos campeões da Ásia, frustrando quem esperava mais da equipe no torneio.
O Urawa até veio credenciado pelos títulos continentais (2007, 2017 e 2022) e costuma chegar mostrando dignidade, tanto que conquistou terceiros lugares em 2007 e, mais recentemente, em 2023. O treinador Maciej Skorża, ao embarcar para mais este desafio mundial, não abriu mão do discurso de competir até o fim, mesmo sem objetivos práticos. O elenco tratou de adotar postura ofensiva e prometeu dificultar o máximo o caminho do Monterrey, que também não vivia momento confortável no grupo.
Os mexicanos, campeões da Concacaf, empilharam dois empates consecutivos e não tinham alternativa: era vencer ou dar adeus ao sonho de ir longe no Mundial de Clubes. Para complicar, perderam o zagueiro Jorge Rodríguez, que levou dois cartões amarelos e forçou o técnico em ajustes na retaguarda. A ausência do defensor forçou mexidas táticas e aumentou a pressão sobre um setor já ameaçado pela agressividade japonesa.
O clima antes do apito inicial esteve mais tenso do lado mexicano, que precisava controlar a ansiedade para transformar a posse de bola em gols. Com o Urawa sem responsabilidades defensivas maiores, a partida ganhou contornos abertos, com oportunidades claras para os dois lados. Monterrey, ciente das fragilidades do adversário, buscava se lançar ao ataque e encaixar os últimos passes com eficiência.
Do outro lado, o Urawa apostava em contragolpes rápidos e tentava mostrar ao mundo por que já levantou a taça da Liga dos Campeões da Ásia em três ocasiões. Para os torcedores japoneses, mesmo a eliminação precoce não era motivo para jogar toalha. Jogadores como Maeda e Sekine destacaram-se por velocidade e perseguição constante à defesa latina, forçando Monterrey a redobrar cuidados.
O resultado desse duelo não apenas definiu o último classificado do Grupo E, mas também premiou quem demonstrou maior equilíbrio emocional e capacidade de adaptação. O Monterrey sabia que um deslize poderia custar toda uma campanha, já que a pressão de representar o futebol mexicano no cenário internacional nunca é pequena.
Com as arquibancadas pulsando, o jogo refletiu tudo que o Mundial de Clubes costuma entregar: tradição, rivalidade e, acima de tudo, a certeza de que nenhuma equipe entra em campo sem buscar seu espaço na história.