Agenda cheia para quem gosta de maratonar. A vitrine principal é da Netflix, que chega com um drama de personagem e uma docu-série musical, enquanto outras plataformas entram no jogo com cinema autoral e terror para elevar a adrenalina. A seleção vai do psicológico ao sobrenatural, sem medo de mudar o tom entre uma estreia e outra.
Começando pelo drama: \"Uma Mulher Comum\" acompanha Milla, uma socialite de 36 anos que passa a acreditar ter contraído uma doença misteriosa e incurável. A premissa parece simples, mas o filme mira no que a ideia de fragilidade faz com a cabeça e com as relações de quem está por perto. A narrativa puxa para dentro do cotidiano de Milla, coloca a câmera em cima de pequenos rituais, consultas, silêncios constrangedores. Para quem curte histórias que apertam a ansiedade e exploram decisões impensadas, é um prato cheio.
Na mesma plataforma, \"Hitmakers\" abre as portas dos bastidores da indústria da música. A série documental reúne doze produtores e compositores de alto nível com uma tarefa que parece fácil e nunca é: fabricar canções que se tornem hits de artistas do topo das paradas. O que aparece? Dinâmica de sala de composição, briga por hooks, lapidação de letras, versões que caem e levantam, além do choque entre intuição e algoritmo. É conteúdo para quem adora entender como nasce um refrão que gruda e como decisões de mixagem, timbres e andamento podem virar um hit ou um descarte.
No circuito de cinema autoral, o destaque é \"Toxic\". A história se passa na Lituânia pós-soviética e segue a amizade intensa de duas adolescentes que vivem o empurra-empurra entre o desejo de fuga e a pressão de um sistema que explora seus corpos. É um coming-of-age que não romantiza nada: o filme encara a vulnerabilidade de meninas expostas a dinâmicas de poder, sem filtros. Baseado em fatos reais e inspirado na experiência da diretora Saulė Bliuvaitė, o longa circulou por festivais e chamou atenção pelo visual cru e pelas atuações que doem. Se você busca cinema que cutuca e deixa eco, vale colocar no topo da lista.
Para quem quer susto e tensão, tem thriller com looping temporal. Um ano após o desaparecimento da irmã, Clover reúne amigos e parte para um vale remoto à procura de respostas. O grupo encontra um centro de visitantes abandonado e, a partir daí, o passeio de despedida vira pesadelo sem saída: eles são caçados e mortos, e a mesma noite recomeça, sempre com uma ameaça nova no próximo ciclo. A graça do formato está nas regras do jogo – o que permanece de um loop para o outro, o que muda, quais pistas resistem. É o tipo de filme que pede atenção a detalhes, gravações de celular, marcas no cenário e frases que soam diferentes na repetição. Se curte histórias de floresta, lendas locais e tensão crescente, é aqui que você vai estacionar.
Vale lembrar: além das estreias de peso, outras plataformas trazem novidades menores que cabem bem no fim de semana – comédias curtas para maratonar de uma vez, documentários esportivos para ver entre tarefas e terror indie que surpreende sem depender de sustos fáceis. Não falta opção para quem prefere sessão rápida ou quer virar a noite.
Para organizar a maratona, vale equilibrar tons: drama primeiro, documentário depois para arejar, e terror quando a casa estiver silenciosa. Se estiver vendo em grupo, combine as expectativas – não é todo mundo que curte ansiedade realista de hospital ou a claustrofobia de uma floresta sem fim. E se algum tema apertar (doença, exploração de adolescentes, violência gráfica), faça pausas. O stream está aí, mas o ritmo é seu.
Na prática, a lista do fim de semana entrega variedade: um retrato psicológico que conversa com as angústias do presente, um mergulho no ofício de fazer música, um filme que cutuca feridas sociais e um terror que brinca com o tempo para manter a tensão lá em cima. Escolha o clima, aperte o play e aproveite o sofá.